quarta-feira, 9 de maio de 2012

20 ♥ Carta para a pessoa que mais partiu o teu coração


 Nunca te conseguirei dizer o quanto me magoas-te. Não existe número que conte as vezes que fiquei sem ar por tanto sufocar e seca por tantas lágrimas escorrerem no meu rosto. 
 Seria enganar-me e dizer que ainda não penso em ti. Mentiria se te dissesse que nunca mais li as frases que me escreveste. Lia-as, fechava os olhos, e via-te. Tu agarrado a mim, a sorrir como tantas vezes fazias... As memórias parecem muito mais próximas assim. Eu sabia o quanto me fazia mal tudo aquilo, sabes? Sentir o buraco no meu peito abrir-se lentamente como que para prolongar a dor. Doía imenso... mas eu? Eu sorria, feliz por te ter quase sentido outra vez em mim! Sabia que devia guardar tudo numa caixa e transforma-la num cofre sem chave, mas nunca o fiz. Sabia que devia seguir em frente, mas nunca o fiz. Nunca o consegui fazer. 
 Não te posso dizer que não magoe ver o que somos hoje e o que fomos. Não vou fingir que o meu coração não reage quando ouço o teu nome. Fosse eu capaz de ouvir os anjos, e eles diriam-me que te amei.
 Há quem diga que só se ama uma vez. Mas mesmo que assim seja, eu não vou esperar mais por ti. Quero arriscar e viver. Porque eu estou cansada. Amar como eu te amei, sofrer como eu sofri, cansou-me a alma. E agora preciso de voar para fora disto a que chamam amor.
 Não sei quando voltarei a amar como te amei, mas já não me importa. Quando já não se tem coração pouco mais interessa. Depois de to roubarem aprendes a ser feliz com o simples "gostar" que o teu cérebro é capaz de te dar e fazer acreditar. Sentes arrepios e ciúmes. Parece-te que amas novamente, mas falta algo. Falta esse alguém seres tu, falta saberes o que é amar e amares-me. Sempre faltou isso, e sempre esperei por ti, até agora. 

terça-feira, 1 de maio de 2012

carrossel sem fim

   Nada é para sempre, nem mesmo a eternidade.
   A promessas e os compromissos quebram-se. A dor não doí mais, até que nos esquecemos que algum dia doeu. O amor, que nos fez pensar não ter coração que suportasse tal sentimento de tão grande que era, vira raiva e esquecimento, até que não nos lembramos mais que amamos como quem ama pela primeira vez: intensa e ferozmente; com apertos e arrepios desconhecidos; com sonhos que nos tiram a vontade de acordar.
   E então, chega a altura em que esses fins terminam e tudo se repete. Voltam as promessas em que fingimos acreditar e os compromissos que só nos sonhos se cumprem. Volta a dor. Uma dor tão insuportável que o nosso corpo se recusa aceitar já ter sentido algo sequer semelhante. Volta o nosso coração a iludir-se e a amar.
   E tudo retorna, tudo volta ao seu lugar. E quando pensamos que fugimos da estrada, a vida oferece-nos mais um bilhete para uma volta neste carrossel do qual nunca chegamos a sair. Aceitamos o bilhete, e lá vamos nós. Gritando, chorando e sorrindo como da primeira vez e inconscientes de que não será a ultima.
   Somos todos Alices no nosso Mundo das Maravilhas, sem recordações de ter vivido nele mas sabendo que nunca o deixamos.  E é aí que está a beleza e o encanto das histórias: vivermos cada uma delas de   alma e coração como se ambos nunca estivessem estado desfeitos.