quinta-feira, 19 de agosto de 2010

continuarei à espera,



 Sinto-me a sufocar! Coloco as mãos sobre o pescoço para retirar aquilo que me está a causar todo este sofrimento. Só sinto a minha pele – molhada pelas lágrimas que escorriam pelo meu rosto.
 Não sou capaz de olhar o espelho… de olhar e ver a estranha em que me tornei sem a tua presença; de ver o vazio ao meu lado.
 Dizer que me dói a alma quando tento alcançar a tua mão e só sinto o frio e intocável ar por entre os meus dedos era mentir - eu já não tenho alma (a pouca que tinha levaste-a quando partis-te).
 Para ocupar a tua ausência apenas restam memórias soltas e réstias de pergaminho que se recusaram a queimar juntamente com todas as cartas que nunca cheguei a ter coragem de te enviar e as palavras de amor que jamais ouvirás.
 Já nem consigo gritar pelo teu nome. Quando o tento … a minha voz soa fraca, abafada pelas continuas lágrimas!


 Eu já não vivo. Apenas sobrevivo - acreditando e agarrando a certeza de que me amas-te e a ideia que te irás percorrer esse tão longo caminho de volta.




Continuarei à espera,
Sempre,